terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Uma história relativamente longa sobre minhas fases musicais e um pensamento acerca da aptidão musical

    Um desses dias estive a pensar acerca de aptidão musical, ou o simples motivo de como certas pessoas distinguem frequências e timbres diferentes em uma música, e como isso influencia em seu ecletismo dentro dessa arte. É melhor se preparar porque é uma leitura extensa e aborda grande parte de minha vida. Vale também notar que desenvolvi esse pensamento por experiência própria, falta de que fazer e uma tragada de insanidade, e não, não é nem um pouco científico, contando como cobaias apenas eu e um grande amigo que se identificou muito com minha teoria.

    Pois bem, comecemos.

    A ideia que quero aqui defender é que: dispensando a ideia de que existe a predisposição musical para certas pessoas, onde esses primeiros já nascem com certa capacidade de distinguir notas musicais mais naturalmente, todo ou pelo menos a maior parte dos seres humanos tem a capacidade de evoluir seu ouvido musical. Quero, a partir disso, mostrar que certas combinações musicais, gêneros, instrumentos, têm certa complexidade que para poderem ser apreciadas, precisam de treino. E não, não quero falar de gosto, e sim de distinção e compreensão.

    Quero começar com uma breve anecdota sobre o meio musical que cresci. Como morador do interior do estado de São Paulo, nascido de uma cidade de aproximadamente 40 mil habitantes no momento da escrita desse texto, e um meio que, mesmo sendo bastante urbanizado, ainda traz bastante de uma alma rural, com usinas de cana-de-açúcar, vários fazendeiros, etc. Meus pais, portanto, vindos desse meio, têm aquele típico espírito caipira, urbanofóbico, e, mesmo tendo crescido em um período bastante marcado pelos sons mais rebeldes brasileiros (pois nessa época houve o início da degradação da Bossa Nova, MPB e Samba Raiz) dos anos 80, tendem a gostar por quase exclusivo de sertanejo. E, mesmo nisso, não tive assim lá tanto contato com música quanto consigo me lembrar, era de vez em quando alguma coisa, mas limitado a isso.


    Pelos meus 8-9 anos, comecei a cair por um vício relativamente bobo, de jogos na internet. Iniciado por um primo mais velho, comecei a passar tardes na frente do computador jogando, e, por conta desse mesmo primo, consegui um CD de músicas que ele ouvia enquanto jogava e comecei a praticar do mesmo ato. Esse dito CD tinha de tudo da época, isso devia ser lá por 2005-2006, então tinha todos os hits do pop, hip-hop, rap, rock, tanto internacional quanto nacional, e até um pouco de sertanejo. E eu ficava lá, na frente do computador, o dia inteiro, ouvindo aquilo no repeat como se fossem as únicas músicas do mundo, e cantando junto. Aprendi inglês com isso, pesquisava as letras somente pra conseguir acompanhar, e junto aos jogos acabei aprendendo um vocabulário razoavelmente bom para um moleque de 8-9 anos.


    Nisso, comecei a distinguir o que eu gostava. Na época, eu gostava bastante de batidas eletrônicas de balada, de músicas pop, e de vez em quando um pouco de rock com as duas ou três bandas que consigo me lembrar: System of a Down, Disturbed e Linkin Park; mas elas não me prendiam tanto quanto as batidas das outras ou as vozes viciantes do pop e eletrônico. 

    Aos meus 11 anos, meus pais perceberam do meu problema de não sair da frente do computador e começaram a buscar alternativas pra me quebrar a rotina, sendo uma delas as aulas de violão. Com um violão emprestado por um dos meus grandes amigos da época (que, me desculpe, cara, mas você ficou bem pra trás no tempo), todo velho a marrento, comecei a aprender músicas simples como as voicings de folclores brasileiros trazidos pra escalas, sertanejos de duas/três notas, etc. Nessa época, por conta do meu professor de violão, comecei a entrar bastante em contato com músicas diferentes, sertanejos universitários, sertanejos de raiz, um pouco dos movimentos mais populares que marcaram os anos 60-80 no Brasil e comecei a enxergar a música como algo bem mais vivo do que a seleção daquele meu CD antigo.

    Nesse meio tempo, mesmo pegando um certo gosto pelo violão, comecei a fazer amizade com um pessoal diferente por conta de mudança de escola, perdendo todo o contato com o pessoal que eu já era acostumado e sendo forçado a fazer amizade com outros. Introvertido do meu jeito, tive certa dificuldade, mas consegui alguns amigos que carrego comigo até hoje. Nisso eu já estava na quinta ou sexta série do Ensino Fundamental. Esses meus amigos começaram a me apresentar a diferentes bandas que tocavam sons bem diferentes de tudo que eu estava acostumado, me apresentaram um pouco de rock e metal clássico, com Led Zeppelin, Black Sabbath, Iron Maiden, e um pouco de um som mais novo com metalcore, screamo e power metal (não que eu soubesse muito a diferença de gêneros na época, mas eu sempre gostei de mudar, então abraçava tudo), com Avenged Sevenfold, Kamelot, Epica, Dragonforce, Bullet For My Valentine, etc.

    Essa mudança acabou por ser bem drástica pra mim, e levou um certo tempo pra eu conseguir gostar de tudo isso, e esforço. Eu gostava do meu violão, das minhas músicas simples, só de voz e violão, que eu ficava o dia todo brincando pelo Cifra Club e tudo mais. Aí do nada me apresentam essas coisas diferentes, com guitarras bem diferentes, sujas, rápidas, coisas que eu não estava nem um pouco acostumado, linhas de bateria complexas, vocais agudos, vocais gritados. No começo foi demais pra mim. Fui me aproximando com calma, me forçando a ouvir um pouco de cada coisa pra conseguir me aproximar mais desses novos amigos, e aos poucos fui desenvolvendo uma vontade que surgiu de mim: quis mudar de instrumento e aprender a tocar guitarra. Meus pais não gostaram nem um pouco, fechados como eram, detestaram bastante essas novas coisas que eu ouvia, e com o argumento de "você não consegue tocar se não tiver tomada", me cortaram toda a esperança de tocar guitarra. Pra reagir, parei de estudar violão, encostei o instrumento (um que, por sinal, eles tinham acabado de me comprar) e voltei bastante ao meu vício.


    Depois de algum tempo, cerca de dois a três anos, quando estava para entrar no Ensino Médio, comecei a fazer amizade com outro pessoal. Eu não gostava muito dos clássicos, mas ouvia bastante dos metalcores, screamos, power metals e afins. Queria ter um cabelo grande e tocar guitarra. Esses novos amigos, porém, não eram disso. Eles me introduziram ao rock clássico, e comecei novamente a me forçar a ouvir Led Zeppelin, Pink Floyd, Black Sabbath, Judas Priest, Iron Maiden, entre outros. Isso foi um ponto crucial no meu desenvolvimento musical. Comecei a gostar bastante disso, e depois de desencostar o violão, com poeira de 2 anos de ódio, comecei a aprender certas músicas acústicas que chamaram a atenção de meus pais. Stairway to Heaven fez com que eles voltassem a atenção ao meu gosto pelo violão, e assim, depois de insistir novamente, me colocaram pra aprender guitarra. Voltei pro mesmo professor, que também ensinava guitarra, e ele começou a me introduzir ao rock brasileiro e um pouco de hard rock clássico. Foi tocando guitarra que comecei a perceber que muitas músicas que eu já ouvia, eram tocadas de certa forma diferente do que eu ouvia. Por exemplo, eu ouvia duas batidas de uma nota ou acorde, mas quando ia aprender a música, eram 3 ou até 4. Comecei a prestar mais atenção e realmente, comecei a ver que tinha mais notas lá. Estranho. Bizarro. Como eu nunca tinha ouvido isso? Isso começou a me incomodar lá pelos meus 15 anos, mas continuei na minha e simplesmente nunca parei pra pensar. 


    Pouco tempo depois dessa nova fase, comecei a enjoar desses clássicos. Eram ótimos, mas eu sentia uma certa falta de algo diferente, voltei a ouvir música eletrônica, com os novos gêneros da época, Dubstep e Drum & Bass sendo meus favoritos. O que me chamava atenção nisso era o quão diferente as músicas soavam. Elas eram bem misturadas, não faziam muito sentido. Até que um dos meus amigos de internet, hoje meu melhor amigo, começou a mostrar o gosto musical dele pra mim. Eu havia começado a realmente dar valor à música, eu gostava de passar o dia todo ouvindo coisas diferentes. E ele me veio com algumas que eu não entendia direito, me mostrou Dream Theater, e eu comecei a ver outros tipos de música. Isso era diferente, era bem fluido, constantemente em mudança. Fui atrás e aprendi sobre o movimento progressivo na música. Ouvi os clássicos, fui mais afundo no Pink Floyd, descobri Jethro Tull e King Crimson. Expandi.


    Isso foi basicamente o momento em que comecei a expandir meu gosto musical pra tudo. O rock e o metal começaram a se tornar tão abrangentes que eu não sabia mais o distinguir um do outro. O progressivo realmente me fez ver música com outra cara. E comecei a comparar o progressivo com as outras coisas que eu ouvia antigamente, e isso me deixou bem chocado. As coisas antigas agora tinham mais detalhe. Como assim? Eu ouvia mais nas guitarras, eu acompanhava a bateria em todas as suas variações, eu ouvia um grave diferente que até então eu nunca tinha notado, o baixo. Pois é, eu havia descoberto um mundo completamente novo. E desde então não parei com isso. Hoje, tocando guitarra, admiro o progressivo como algo completamente maravilhoso, se distinguindo de todos os outros, e graças a ele fui introduzido a um pouco de avant-garde, jazz, até outras vertentes mais radicais do rock e do metal. 


    Saindo agora dessa anecdota, volto à ideia central da postagem. 


    Como dito anteriormente, recentemente tive uma epifania sobre aquilo que me incomodara aos 16 anos. O que será que me levou a ouvir coisas diferentes? Por que a partir do momento que comecei a tocar mais, comecei a ouvir mais? Dei então o primeiro passo ao meu pensamento: meu ouvido musical foi ficando mais apurado. Voltando a músicas que eu ouvia quando era menor, consigo ouvir detalhes que na época eram apenas barulhos misturados de guitarra, baixo e bateria. Pra mim, quando comecei, era exatamente o pensamento de meus pais que nunca tentaram seguir esse caminho junto a mim: barulho.

    Música, portanto, a partir do momento que comecei a dar mais importância e a ouvir mais, começou a se tornar algo crucial pra mim, eu desde que comecei a ouvir rock e metal clássico, comecei a incorporar música como parte da minha rotina, e ouvindo, ouvindo, ouvindo, comecei a apurar meu ouvido musical a identificar timbres diferentes, frequências diferentes, instrumentos novos. Lembrando de como eu comecei, voltei àquele CD antigo e ouvi novamente tudo aquilo que eu ouvia. Tudo soa muito mais nítido, eu ouço os instrumentos, ao contrário de apenas aquela melodia agradável e a voz do vocalista da banda, comecei a ver diferença entre as coisas e ver que música pode ser muito mais do que barulho, se você olhar no lugar certo. O problema, é que essas coisas mais pop e até mainstream, que eu ouvia antes, são reduzidas de complexidade com o fim de se tornarem aceitáveis e agradáveis para novos ouvintes.

    Essa popularização da música, para mim, é o que matou a música brasileira. Hoje, ouvindo Bossa Nova e Samba Raiz, eu vejo o quão intrínsecas eram as composições sessenta e setentistas, o quão artístico era tudo aquilo, e como a música, mesmo o sertanejo, foi perdendo espaço para essa popularização e virando o que é o sertanejo universitário hoje em dia, apenas uma batida legalzinha, com letras grudentas, superficiais, sem poesia, sem vida, feitas apenas para vender. O instrumental? Ainda pior, com as mesmas progressões desinteressantes de acordes maiores, só mudando as notas. E isso me preocupa muito, porque através desses novos gêneros, de Funk brasileiro, Axé, a cultura brasileira está indo de uma cultura onde a música era extremamente reconhecida e complexa, a uma onde música não é nada além de um conjunto de batidas pra você ficar pulando bêbado ou drogado.


    Isso, infelizmente, fez com que eu perdesse o interesse por algo que eu considerava essencial em músicas: as letras. Por mais que, quando eu julgo uma banda eu levo sim em consideração as letras das músicas, hoje pra mim vale muito mais a composição instrumental, os arranjos melódicos, as quebradas, os compassos, solos, build-ups, e até mesmo a própria melodia do vocalista, mas as letras pra mim são de pouca importância, é como se a linguagem fosse apenas um meio de dar um sentido mais racional e menos artístico a uma melodia vocal.

    Enfim, minhas digressões nesse texto foram bastante além do que eu imaginava e não, eu não pretendo reler isso pra revisar o texto, corrigir gramática, concordância, ou até cortar algumas partes que podem ser superficiais. Como disse na última postagem, agora deposito aqui meus pensamentos em sua maneira mais cru e in natura possível.

    Finalizando e sumarizando a ideia central dessa teoria, descobri que o motivo de a música ser considerada arte vem do mesmo motivo de sua liberdade total de expressão. Através da manipulações de instrumentos, pode-se criar infinitas melodias, até atmosféricas, que podem evocar qualquer sentimento no ser humano, mas a popularização, generalização instrumental e vulgarização da música está levando o mundo a um buraco difícil de sair: cada vez mais, as populações mais jovens tendem a ouvir o som de sua geração, que, se continuar do jeito que é hoje em dia, vai acabar por deprivar o sentido artístico da música, e concretizar a vontade da mídia de fazer a música se tornar somente mais um produto.

Desperto, Aberto, Incerto

    Decido, descido da sanidade, retomar esse canto como próprio. Por tempos estive abaixo de uma vida realmente "vivida". Contemplei por muito tempo o mundo exterior, vi de coisas que minha sóbria consciência não consegue relatar, não consegue definir. E venho, de volta, a esse canto para tentar colocar um pouco de meus pensamentos - mudados - de volta a um registro. Que seja um diário, que registre minhas memórias, afinal, a qual fim devemos nossa vida senão a memórias e lembranças? 

    Pretendo, portanto, deixar aqui registros, provavelmente bem categorizados, a respeito de certas coisas que me aconteçam na vida. Seja a interpretação de uma música, de um álbum, de uma fotografia, um filme, uma série, ou até mesmo na imperfeição e inclemência de um ato próprio ou acontecimento aquém.

    Que fiquem, portanto, aqui registradas minhas palavras da forma mais impuras possíveis. Não filtrarei, não reescreverei, isso é um depósito, e nada mais.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Terceira Postagem: Divino?

O homem tende a se deprimir por qualquer motivo. E ele ainda tenta se convencer de que ele está certo em tudo que faz. Não acredita? Vá ler Dostoiévski. O ser humano busca um motivo pra tudo que faz, e esse motivo, na verdade, a busca em si, é um rio de lamentações. Se algo está bom de um jeito, ele não vai querer mudar, mas vai querer saber o porquê de estar bom, e assim vai lentamente buscando um jeito de destruir tudo que lhe faz bem.

E sempre vai ser assim.

Mas isso se dá pela genialidade do cérebro humano. Não tem nada mais belo do que o homem tentando ser homem, o  homem tentando dissecar tudo que sabe ou tudo que desconfia saber até ter certeza absoluta (se é que o homem tem certeza absoluta de algo, já que Descartes também já nem acreditava em sua própria existência mais). Esse ato de dúvida, essa vontade de tentar saber se "tem algo mais" é o maior erro do homem inteligente. Ninguém se revoltava na época medieval porque todos estavam contentes com o jeito que viviam, Deus guiava tudo em suas vidas, e não tinha o que reclamar. Eles ao menos eram bem felizes.

Mas a vontade de mandar tudo pra merda é grande demais, o homem não resiste à curiosidade.

Pode ser que muita coisa naquela época estivesse errado, e estava sim, a Igreja abusou do poder e começou a controlar tudo. O controle leva ao fracasso, o controle leva ao atraso, e sofremos as consequências daqueles tempos agora no século XXI. Pelo menos é o que dizem.

Mas qual o sentido disso tudo?

Nem eu sei, só sei que eu percebi nos últimos dias que o homem vem se distanciando muito de Deus, e provavelmente isso é por causa de religião. Religião, nos tempos de hoje, é só mais um jeito de classificar um indivíduo, de separar uma pessoa de um grupo. E isso fez com que muita gente desistisse da fé por preconceito ou por pura ignorância.

E se eu posso dizer alguma coisa sobre o que aprendi ao longo da minha vida de Cristão é que o Homem, aquela figura que é tão próxima a Deus, que foi feito à sua imagem e semelhança, segundo os Livros, não tem mais nada de próximo ao Divino, sequer um pequeno detalhe.

Esse pequeno detalhe nos parece ridículo até pararmos pra pensar. Todos têm medo de alguma coisa, e o medo é o que protege, o que controla, o que derruba, e esse ato de derrubar não é tão pequeno quanto as letras desse texto, ele derruba até mesmo o maior dos sentimentos, e faz com que os indivíduos desistam.

Por um momento, o povo duvidou de seu Salvador. Jesus teve medo de seu Pai. Tudo isso por tristeza e incerteza. O povo, por sua parte, não consegue aceitar a existência de algo superior, fora do comum. Jesus não consegue entender a vontade do povo feito à semelhança de seu Pai ao vê-lo sofrer. Mas mesmo assim Deus perdoou todos. E é isso que o homem ainda tem de mais puro e belo: O poder do perdão.

O perdão é, portanto, a única coisa que o homem ainda tem de Divino, é a única coisa que o homem pode se sentir puro e leve ao fazer. Perdoem tudo e todos, somos todos tão falhos e corruptos quanto o seu próximo. Raskolnikov buscou sua redenção através do perdão de seu pecado. Perdoe para ser perdoado.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Segunda Postagem - Algo Diferente

Não sei nem se deveria ter chamado isso de "Algo Diferente", porque já deixei bem claro que o que eu colocar aqui é totalmente pessoal e de meu gosto.

Enfim.

Coisas acontecem, coisas bem ruins aconteceram, a depressão cai sobre a alma, o homem adoece. E um homem doente como eu tem de achar um jeito de melhorar. Foi escrevendo esse poema que consegui me sentir melhor.

Não, ele não é bom. Não, ele não tem métrica. Ele é pessoal. Ele é idiota.

O ROUXINOL UIVANTE

Noite fria, solidão etérea...
Céu estrelado, olhos abertos...
Vento cortante, quarto vazio...
Lua brilhante, lágrimas caindo.

O deleite de um suplício,
no estalar do meu chicote,
traz a fúria celeste
por redenção ou morte.

Uma vida de pecados -
Que importa, homem sou!
Mas a dor com que me afogo,
Ó Deus, o que (se) passou?

Então ouço à distância
Um uivo doente
Que das lágrimas me seca
E deixa a dor aparente

Ó, Rouxinol uivante,
Perdoei mas não fui perdoado
E essa dor pela qual brado
É só mais uma de uma alma amante

-q

Por hoje é isso. Obrigado pela atenção.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Primeira Postagem

Dizem que a primeira impressão é a que fica, então quero deixar bem claro que este blog não passa de uma válvula de escape para que eu, autor, possa compartilhar alguns textos próprios que me saem da consciência ou coisa do tipo.

Agora é minha vez. Não ligo para o que dizem. Primeiras impressões mudam. Um indivíduo pode muito bem ler um livro aos seus 27 anos e achar uma coisa, e, depois, aos 30, lê-lo e ter uma opinião totalmente diferente. Não menti no primeiro parágrafo sobre o que farei desse blog. Na verdade, nunca quis tê-lo, mas é difícil conviver com angústia, depressão, tristeza e sequer tentar transformar isso em algo útil como um bom texto.

Algo que eu sempre disse a mim mesmo é que um bom texto pode ter duas inspirações: a boa, ou seja, quando o sujeito (autor do texto, lógicamente) se encontra em um bom estado de espírito, ou em bons bocados, sem preocupações ou problemas para o atrapalhar. Esses textos geralmente são superficiais. A outra inspiração é a ruim, quando o autor do texto se encontra em um estado de espírito que desagrade a si mesmo. Esses textos geralmente são mais profundos e sinceros. Uma pessoa feliz pode fingir a tristeza com facilidade, mas não passa de um fingimento, uma hipocrisia. Uma pessoa triste não consegue fingir a felicidade nem mostrar o que sente com facilidade.

E o bom texto ainda deve vir em momentos imprevisíveis. Não se pode sentar e escrever sobre alguma coisa a qualquer momento e chamar o que saiu de "bom texto". Não é necessidade, nem vontade, isso você faz na privada. Um bom exemplo disso é com fotografias. Não considero uma foto onde pessoas estejam sorrindo uma boa foto de família, por exemplo. O sorriso pode ser forçado. Fotos de gente capturam a alma de forma suja e desleal, se a pessoa souber da foto. Se a pessoa não sabe que está sendo fotografada é outra história, você realmente vai saber como a pessoa está pelo seu semblante, ninguém anda por aí com um sorriso sincero esboçado no rosto a menos que tenha acabado de ganhar dinheiro (note a palavra: ganhar) ou feito um bom sexo.

Enfim, leia, me odeie, me ame, ou faça o que quiser, o blog é minha válvula de escape, minhas depressões e problemas estarão sempre presentes nos textos. E afirmo que sempre porque a vida mostra mais problemas do que qualquer outra coisa. Se eu não souber resolver, usarei eles de inspiração.

Até logo.

PS: Fiquem com uma linda foto de um caipira.